Um homem de várias paixões.
Um ano passou sobre a morte daquele que me criou desde os três anos.
É impossível passar sobre esta data sem deixar algumas palavras que reflictam a convivência com Joaquim Montezuma de Carvalho.
Sem saber por onde vagueia, pairando volátil na imensidão dos tempos e dos espaços, consigo imaginá-lo como um cidadão universal observando-nos com o seu olho arguto como quem pesquisa a razão de ser de cada um neste Universo que desponta cada vez mais conturbado.
Viajei pelo mundo imaginário das crianças quando mirava cada selo da colecção que o meu padrinho (Joaquim M. Carvalho) engordava quase diariamente, sempre que recebia missivas de amigos e conhecidos espalhados por esse mundo fora. Revejo-me criança (com dez, onze anos), ainda em Moçambique, na foto do Joaquim, que apaixonadamente separava os selos, catalogando-os e preparando-os para os guardar em álbuns.
Para o meu padrinho, os selos valiam não apenas pela charneira, estado de conservação ou raridade. O maior valor do selo estava gravado a óleo: o carimbo. O carimbo certificava a viagem que aquela pequena estampa tinha percorrido; quiçá (numa perspectiva modernista da ciência), o ADN de quem o enviava sob forma de saliva seca e invisível. Hoje percebo a valorização do selo carimbado… ele transporta a história da distância e a essência da alma e do físico de quem o remeteu.
E olho esta foto que roubei a meu padrinho já há bastantes anos (julgo que há cerca de vinte e cinco anos), com a ternura com que o olhei há pouco mais de um ano quando se despediu de mim, deitado na sua cama, no dia em que tinha convidado os miúdos (meu irmão Quim , seu filho, eu e o Carlos Luís, seus enteados), para que aparecêssemos com as consortes e descendências para um almoço familiar… O almoço de despedida!
Onde quer que estejas, a essência das pequenas estampas que coleccionaste será sempre conservada como pequenas histórias de vida que coleccionaste criando, assim, a tua própria história.
Um bem haja do afilhado Mário.
Um ano passou sobre a morte daquele que me criou desde os três anos.
É impossível passar sobre esta data sem deixar algumas palavras que reflictam a convivência com Joaquim Montezuma de Carvalho.
Sem saber por onde vagueia, pairando volátil na imensidão dos tempos e dos espaços, consigo imaginá-lo como um cidadão universal observando-nos com o seu olho arguto como quem pesquisa a razão de ser de cada um neste Universo que desponta cada vez mais conturbado.
Viajei pelo mundo imaginário das crianças quando mirava cada selo da colecção que o meu padrinho (Joaquim M. Carvalho) engordava quase diariamente, sempre que recebia missivas de amigos e conhecidos espalhados por esse mundo fora. Revejo-me criança (com dez, onze anos), ainda em Moçambique, na foto do Joaquim, que apaixonadamente separava os selos, catalogando-os e preparando-os para os guardar em álbuns.
Para o meu padrinho, os selos valiam não apenas pela charneira, estado de conservação ou raridade. O maior valor do selo estava gravado a óleo: o carimbo. O carimbo certificava a viagem que aquela pequena estampa tinha percorrido; quiçá (numa perspectiva modernista da ciência), o ADN de quem o enviava sob forma de saliva seca e invisível. Hoje percebo a valorização do selo carimbado… ele transporta a história da distância e a essência da alma e do físico de quem o remeteu.
E olho esta foto que roubei a meu padrinho já há bastantes anos (julgo que há cerca de vinte e cinco anos), com a ternura com que o olhei há pouco mais de um ano quando se despediu de mim, deitado na sua cama, no dia em que tinha convidado os miúdos (meu irmão Quim , seu filho, eu e o Carlos Luís, seus enteados), para que aparecêssemos com as consortes e descendências para um almoço familiar… O almoço de despedida!
Onde quer que estejas, a essência das pequenas estampas que coleccionaste será sempre conservada como pequenas histórias de vida que coleccionaste criando, assim, a tua própria história.
Um bem haja do afilhado Mário.