Esta é a dedicatória simples, mas verdadeira que meu padrinho gravou na contracapa de um dos exemplares da sua última obra, "Do Tempo e dos Homens - Da história literária à história da cultura" e que me ofereceu há seis meses. Este "vício sem salvação" por si eregido tornou-o prisioneiro de si mesmo, obrigando-o constantemente a mergulhar no fantástico mundo das letras soltas, por si tecidas em vestes de erudição. E é nesta mesma obra, na nota introdutória (p. 7), que se lê "Levo uma vida intelectual muito limpa e obedeci sempre à lei de ler tudo, ler e reler, devotando-me principalmente ao que me não agrada." Daqui emerge a sua posição crítica àqueles que adormecem na opulência burguesa preocupados unicamente em transportar sob o braço, o tijolo literário promotor da imagem difusa da vaga culturalidade.
Esta é sem dúvida a melhor descrição daquilo que foi o seu amor às letras e à cultura.
Teu afilhado,
Mário Jorge Ferreira
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